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Cenário político nacional é tema do primeiro painel do workshop

05/05/2011

Brasília (DF) – No primeiro painel de debate do 1º Workshop Internacional do PMDB, o cientista político, Alberto Almeida, analisou a conjuntura política brasileira com a exposição “O voto, o eleitor, o partido e a nova realidade política do Brasil”.

De acordo com Almeida, o Brasil se tornou um país extremamente competitivo no campo político, daí a necessidade da legenda repensar seu papel no cenário nacional para poder traçar, com mais segurança, as estratégias partidárias nos pleitos de 2012 e 2014.

Almeida ressaltou aos parlamentares presentes a relevância político-partidária do PMDB nos últimos anos e na atualidade. “O PMDB é um partido de centro. Não podemos esquecer de que o Brasil não seria governável se não fosse este partido. No Brasil todos completam mandatos porque existem os peemedebistas para conferir governabilidade”, afirmou.

Em seu diagnóstico, o palestrante apresentou os mapas eleitorais brasileiros, tomando como base a última eleição realizada em 2010. “O Brasil tem uma consolidação regional do voto. Município de Urusuí (PI), único município que PSDB ganhou com vantagem em relação à Dilma. Nacionalmente, apesar da terceira derrota consecutiva, o PSDB conquistou 30% dos votos válidos do país. Isso significa que uma parcela significativa do povo brasileiro não vota no PT. Cabe ao PMDB encontrar seu espaço”, ponderou.

No que diz respeito, à cultura do país, Almeida mostrou o resultado de algumas pesquisas feitas com a população que revelam o retrato do povo e do eleitor. “Somos um país, nem branco nem preto. Isso mostra que é importante estar no meio. Ambiguidade, em nosso país, é um valor e não há adesão moral a dogmas. Competitividade eleitoral intensa, mais ausência de dogmas traz como resultado, uma geração de políticos extremamente pragmáticos”, disse.

Com relação com à eleição para prefeito, em 1988, o PMDB tinha 37,5% das prefeituras do país, entre 2000 e 2008, o partido se estabilizou no número de prefeituras. “O PMDB tem a faca e o queijo na mão para crescer”, declarou.

Para Almeida, a avaliação do desempenho do governo em disputa é fundamental para assegurar um bom resultado nas urnas. “É preciso atuar no marketing governamental para sair vitorioso nas eleições. Potencial de crescimento é um bom indicador na hora de lançar candidato. E, a eleição é como uma entrevista de emprego. Neste caso, o passado vale como atestado de credibilidade do político. A vitória eleitoral depende de uma combinação entre passado e futuro”, declarou.

Debate – O líder do governo do Senado, senador Romero Jucá (RR), afirmou que a palestra “mostra que nós temos um desafio brutal pela frente. Primeiro um desafio de imagem e de marketing. Nós mesmos dizemos aqui muitas vezes que nós somos um partido da governabilidade, somos uma grande força nisso, mas não somos governo. Temos que sair do papel de sermos bom de governabilidade para sermos bons de governo”.

Jucá defendeu um discurso unificado para o partido: “precisamos capilarizar bandeiras novas, que toquem o coração da população. O discurso precisa ser unificado e precisamos usar as mídias disponíveis, como as redes sociais. Temos que ter um discurso que perspasse todas as camadas da atuação política, com projetos que sejam aplicados em todas as esferas de poder, da Câmara Federal às Câmaras de Vereadores”.

Para o deputado Mendes Ribeiro (RS), vice-líder do PMDB na Câmara, a exposição de Alberto Almeida ressaltou a importância da comunicação política. “Precisamos cada vez mais nos preocupar com a qualidade da comunicação, pois hoje o povo lê mais, escreve mais e a transparência é inevitável”, disse.

“A tendência é que o PMDB venha a adquirir outra característica que não a regionalização. Nunca a liderança nacional será tão importante para a continuidade do partido quanto agora”, concluiu Mendes Ribeiro.