Notícias

Geral

RS: Seminário debate a cidade contemporânea

27/03/2012

Retomar a reflexão sobre a cidade, estimular a pesquisa aplicada e propor a reinvenção do planejamento urbano é o objetivo da Fundação Ulysses Guimarães durante o seminário "A cidade contemporânea: novos paradigmas e velhos desafios", que ocorre nos dias 27 e 28, no Hotel Embaixador, em Porto Alegre/RS. O evento faz parte do ciclo de atividades que vem sendo proposto pelo grupo de estudos geopolíticos da Fundação, que agregou nomes importantes para palestrar.

A abertura foi realizada pelo presidente da instituição gaúcha, Eduardo Krause, e na sequência o coordenador do projeto, professor Gervásio Neves, explicou que a Fundação abre uma importante discussão sobre um meio no qual vive a maioria da população: o urbano – no Brasil, identifica-se cerca de 80%. "As palestras visam incentivar a discussão sobre o fenômeno urbano no Brasil contemporâneo. Só se pode refletir seriamente e honestamente se tivermos pesquisas empíricas sobre as cidades. Devemos discutir o planejamento urbano que não pode ser confundido com o plano de obras. Um planejamento urbano consiste na totalidade nos elementos das cidades", salientou o professor.

No primeiro dia, foram apresentados 3 painéis, com moderadores e debatedores.

Letícia Teixeira, representante do Ministério das Cidades, apresentou o painel "Pensando a cidade do nosso tempo: problemas e soluções”, onde falou do processo de construção das cidades que não consegue acompanhar o processo de desenvolvimento delas. Ainda, salientou a existência de instrumentos legais que devem ser disseminados para que a população possa participar e requerer, como o Estatuto das Cidades, criado em 2001, que o Ministério trabalha para a sua efetiva implementação.

“Redesenhando a cidade: os fundamentos do urbanismo contemporâneo”, com o arquiteto e urbanista Decio Rigatti e o sociólogo José Hugo de Castro Ramos, abordou a natureza do urbano, o que é e baseado no pensamento de alguns autores falou das mudanças que traz para as relações sociais, instituições e para o próprio Estado. José Hugo defendeu a ideia de "esquartejar" as cidades, citou como exemplo Paris, que possui 20 subprefeituras. Ele acredita no fortalecimento das subprefeituras e na subdivisão dos serviços, além de uma permanente conversa com a população para apontar suas reais necessidades. O painel teve como moderador e debatedor os arquitetos e urbanistas Ivan Mizoguchi e Gilberto Cabral.

A geógrafa Tânia Saussen e o engenheiro Isacc Zilbermann ministraram a palestra "As Interfaces da Gestão Urbana e da Gestão Ambiental”, tendo como moderador e debatedor os geógrafos Carmen Franco e Henrique Hazenak. O painel tratou sobre as grandes cidades do mundo tornando-se berço de desastres naturais. Mundialmente, desde 2005, a taxa de população urbana já chega a 50%. "Em Porto Alegre, com uma chuva de 77mm, já estávamos com a cidade alagada. Sendo que o normal são os alertas iniciarem de 80 a 90mm. Temos cada vez mais cidades com altas densidade, concentração urbana e impermeabilização", falou Tania.

O seminário terá prosseguimento no dia 28 com mais 5 palestras. Estiveram presentes, representantes de sindicatos, associações, coordenadores e alunos dos cursos de Arquitetura, Urbanismo e Engenharia, secretários municipais de Planejamento, vereadores, prefeitos e representantes do IBGE/RS. A organização ficou a cargo dos integrantes do grupo geopolítico da FUG/RS: Gervásio Rodrigo Neves, Lais Salengue, Carmem Franco, Eduardo Corsetti, José Hugo Ramos, Luiz Gonçalves Miranda, Elisiane da Silva e Carmen Trinca.