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Projeto combate o preconceito em escola do Rio de Janeiro

26/05/2014

Macaco, cabelo
duro, negro safado. Essas e outras 600 palavras foram listadas pelo professor
de biologia Luiz Henrique da Rosa. O motivo? Incomodado com o uso de expressões
preconceituosas de seus alunos da escola municipal Herbert Moses, no Rio de
Janeiro, ele pediu para os estudantes uma lista de termos pejorativos.

“Eles
colocaram no papel vários apelidos e eu fui sistematizar as palavras que eles
escreveram. Só quando botei no papel é que tive a noção da quantidade de termos
racistas que eles usavam”, diz.

Para fazer o
levantamento, o professor consultou 11 turmas, que tinham em média 40 alunos
cada. Segundo Rosa, a maior parte dos estudantes da escola é afrodescendente. O
projeto atende à lei 10.639/03, que
trata da inclusão do ensino de história e cultura afro-brasileira no currículo
escolar.

Depois da
listagem, o próximo passo foi montar um painel e discutir em sala o uso dos
termos racistas entre os adolescentes. A partir daí surgiu, no fim de 2009, o
projeto “Qual é a graça”, que visa também ensinar sobre escravidão no
Brasil, a Revolta das Vassouras (uma rebelião de escravos ocorrida em 1838) e o
seu principal protagonista, Manuel Congo, um desconhecido dos alunos.

Quatro anos depois

Após
quatro anos de projeto, o professor diz que o resultado é perceptível na
comunidade escolar: houve redução do bullying e das brigas entre alunos.
“O Qual é a graça vai além da questão racial, busca o bom convívio e o
combate ao preconceito de todas as formas”, afirma Rosa.

Fonte:
Uol Educação