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Caravana da Unidade em Belo Horizonte – MG

16/02/2016

O vice-presidente Michel Temer (SP) disse na última segunda-feira, durante a
Caravana Da Unidade, que quer que o partido eleja um presidência da República
em 2018 e que não seja mais apenas base para governos de outros partidos. E que
para eleger um sucessor da presidente Dilma Rousseff (PT), os peemedebistas
precisam ter um bom desempenho nas eleições para prefeito este ano.

Em encontro do PMDB de Minas Gerais, Temer lembrou que a legenda
já concentra muito poder político – pelas mãos do presidente do Senado e da
Câmara e com uma grande bancada federal – , mas que em um regime
presidencialista, para por em prática seus planos e ideias, é preciso ter a
caneta presidencial.

“Nós temos poder político”, disse ele, em um pronunciamento
durante encontro peemedebista na capital mineira, em que ouviu diversas
críticas ao governo Dilma. “O que nós precisamos é ter a Presidência da
República em 2018”, acrescentou. “Precisamos ter meios, caneta.”

Depois, à imprensa, continuou no tema. Disse que as viagens que
tem feito pelo país para, segundo diz, “unificar” o PMDB e garantir que seja
reconduzido com amplo apoio ao cargo de presidente nacional do partido na
convenção nacional em março, tem como objetivo reforçar a legenda nas eleições
de outubro. E que seu segundo propósito com o giro nacional é preparar o
terreno para o partido eleger um candidato próprio daqui a dois anos.

“Ou seja, ao invés de simplesmente assegurarmos a
governabilidade, nós queremos ser governo”, disse Temer. E afirmou que apesar
de o PMDB ter muitas tendências, umas mais pró e outras radicalmente contra o
governo da presidente Dilma, o objetivo é comum: “Vamos em 2018 presidir o
país”, repetiu ele, negando que poderia ser candidato.

Ex-ministro de Dilma, Moreira Franco (RJ) também reforçou a bandeira. “Precisamos
ganhar a eleição de 2018. Precisamos deixar de ser o PMDB do muro”, disse. O
PMDB, continuou ele, que se satisfaz como sendo instrumento de governabilidade
ganha “alguns cargos”, mas não garante ao partido definir políticas
fundamentais.

Temer voltou a rebater, durante a entrevista, que tenha tido um
papel de articulador nas pressões em favor de um processo de impeachment de
Dilma. “Jamais fui articulador do impeachment”, disse. “Eu não me meto nessa
história, não entro nessa história”, afirmou ele, acrescentando que o assunto
cabe ao Congresso. “E o Congresso Nacional vai chegar ao que deve fazer”.

Ele não respondeu quando perguntado sobre sua defesa em relação
ao pedido de afastamento dele e de Dilma proposto pelo PSDB por suposta entrada
de dinheiro de corrupção na campanha de ambos em 2014.

No encontro, que teve a presença de deputados federais, do
vice-governador de Minas, Antônio Andrade (MG),
deputados estaduais, prefeitos, vereadores e outras lideranças regionais, Temer
ouviu diversas críticas ao governo Dilma.

As mais carregadas foram feitas por um veterano da política
mineira e cujo nome esteve diversas vezes associado a supostas irregularidades: Newton Cardoso (MG).
“Nunca vi em minha vida um governo tão podre quanto esse atual”, disse ele.
“Governo irresponsável cheio de ladrões”.

Temer é candidato único na eleição de presidente nacional do
partido. Mas está em viagem pelo país. Minas foi o sexto Estado por qual passou
em sua “campanha”. Promete visitar quase todos até às vésperas da convenção
nacional.