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#Artigo: por que os jovens participam pouco da política?

06/05/2016

Sávia Midiã Florindo Pereira Brito*

A política partidária é uma das últimas opções que o
jovem escolhe para se dedicar. Pouquíssimos são os jovens que nela atuam, que a
estudam, que por ela se interessam e que a ela se dedicam. E se os jovens não
participam da vida partidária do País, acabam manipulados pelos outros que a
ela entregam e dela gostam.

Jovem militante política, com gosto pela vida partidária,
vez ou outra sou questionada por alguns amigos sobre a razão desse meu
envolvimento com a política. A resposta que lhes dou é sempre a mesma, e não
podia ser diferente: preocupo-me com o meu futuro, tenho sonhos, tenho ideias,
penso, tenho vontade de “mudar o mundo”, e para que isto aconteça tenho que
começar nas pequenas coisas, ou seja, começar a me envolver, de fato, na vida
social da minha comunidade e me informar sempre sobre o que acontece na
administração do meu município, do meu estado, do meu país. E quando assim
procedo, estou fazendo política. E essa política só é bem feita gera bons
resultados rápidos – se for respaldada pelos Partidos.

Um dos pretextos mais óbvios, na minha visão, que a
maioria da juventude usa para não se inserir no meio político – e aí tem razão
essa maioria jovem – é o comportamento reprovável de alguns políticos perante a
sociedade; a imagem que os maus políticos nos passam de que a política
partidária está atrelada à corrupção. Infelizmente, é isto que acontece. Apesar
da imensa maioria de nossos políticos serem formados por homens sérios,
responsáveis e, realmente, preocupados com o bem comum e com o futuro do País.
A corrupção gera em nós, jovens, a desconfiança nos políticos. E essa
desconfiança faz com que muitos jovens não creiam que para ocorrer uma mudança
significativa desse quadro político negativo é fundamental a participação da
juventude na política partidária, exercendo plenamente seu direito de cidadania.
É, realmente, lamentável, a insignificante participação dos jovens nos debates
políticos.

Pesquisas revelam que nunca o Brasil teve tantos jovens
como hoje e que, também, nunca mais os terá como agora. E com base nessas
pesquisas, acredito que a inclusão do jovem na política será muito importante
para o amanhã do Brasil, pois somente os jovens, penso eu, serão capazes de
promover a renovação política que o País precisa e que a nação reclama, isto é,
uma política partidária livre dos interesses pessoais, da corrupção e do
apadrinhamento no serviço público. E faço esta afirmação porque,
historicamente, foi a juventude que, primeiramente, lutou pelas nossas conquistas
sociais e de liberdade no nosso Brasil. É ela, a juventude, que sempre fez – e
faz – a diferença em nossa sociedade. A história nos diz que já em meados do século
XVII, ainda na época do Brasil Colônia, algumas centenas de estudantes, em
gesto heroico, armados de punhais e poucas armas de fogo, impediram a invasão
francesa a cidade do Rio de Janeiro. Também, a proclamação da República, teve a
ativa participação dos jovens da época. Bem recente, na década de 60 do século
recém-findo, entidades estudantis e juvenis estiveram à frente da campanha “O
Petróleo é Nosso” e contra a ditadura militar que interrompeu nossa democracia,
cassou nossos direitos civis e mandatos políticos. Nessa mesma época, os jovens
foram às ruas em busca do direito ao voto para Presidente da República, na
campanha das “Diretas Já”. Logo depois, em 1992, voltaram, novamente, às ruas,
de rostos pintados, chamando o “impeachment” do presidente Collor, num
movimento que ficou, mundialmente, conhecido como o movimento dos “Caras
Pintadas”. E essa atuação da juventude foi fundamentalmente para que aquele
governo fracassado fosse legalmente deposto.

É essencial para a saúde da democracia a participação dos
jovens na política partidária. O Brasil precisa de seus jovens em sua defesa,
na luta pelos direitos do povo. E é para isso que existem as políticas públicas
voltadas para a juventude – para que eles participem da vida do País. Nós,
jovens, temos o direito e o dever de participar. E para finalizar, deixo aqui o
ensinamento do ex-presidente norte-americano Franklin Delano Roosevelt: “Nem sempre podemos construir o futuro para nossa
juventude, mas podemos construir nossa juventude para o futuro
”. E vamos ao
Futuro!

Coordenadora do EAD
no Rio de Janeiro