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“O Brasil precisa de um plano de navegação para saber aonde quer chegar”, Paulo Hartung

17/07/2021

“Precisamos cuidar bem das emergências e urgências do povo brasileiro”, essa afirmação é do ex-governador do Espírito Santo, Paulo Hartung, dita na palestra ‘Como transformar o potencial do Brasil em oportunidades’ realizada na última segunda-feira (12/7), como parte das discussões ‘O Brasil precisa pensar o Brasil’.

Para Hartung, o Brasil tem um grande potencial e o que precisa é de um plano de navegação com um projeto claro. “Na maioria da vezes, o Brasil adentrou o caminho fácil mas não o caminho certo. Com isso, perdemos muitas janelas de oportunidades”. Entre as janelas perdidas, a mais recente foi a do bônus demográfico. “Nós poderíamos rodar a máquina da produtividade com a inclusão de jovens no mercado de trabalho. E isso foi perdido”, afirmou.

O ex-governador alertou que 2020 foi um ano “que erramos em várias frentes, porém é possível sair dessa situação”. E, para isso elencou quatro pontos considerados os ‘pontos de partida’. “Se quisermos fazer o mapa da navegação para o Brasil, precisamos melhorar a educação básica, aproveitar as oportunidade da economia verde, transformar o investimento da infraestrutura em grandes oportunidade e precisamos fazer as reformas absolutamente necessárias para o país”.

O primeiro ponto é a educação. “Precisamos acertar a educação no Brasil. Nós quase dobramos o valor destinado para a política educacional, mas falta gestão. Se quisermos ajustar estes ponteiros, precisamos corrigir a aprendizagem, que impacta diretamente na produtividade da economia brasileira”. Para ele, é preciso transformar a educação em obsessão nacional.

O segundo ponto é a economia verde. “Temos a maior Floresta Tropical do planeta, a Amazônica. Precisamos cuidar dos brasileiros que lá residem e se quisermos acessar as janelas de oportunidades precisamos cuidar do meio ambiente, evitar o desmatamento, as queimadas, o garimpo ilegal e a grilagem das terras”.

A infraestrutura foi o terceiro ponto de atenção.  “Esse é um ponto fraco do Brasil, porque nos tira a competitividade do país, ao mesmo tempo que há um mundo de coisas a serem feitas, o que o torna um ponto forte”.

O quarto ponto elencado foram as reformas modernizadoras , entre elas a reforma tributária e a reforma administrativa. E ele compara a reforma tributária a uma corrente pesada amarrada aos pés da economia brasileira. E, a reforma da administração é necessária, “porque a máquina pública é cara, burocrática e ineficiente, consumindo mais de 30% do que é produzido no país”.

O endividamento brasileiro e a desindustrialização também foram entraves apresentados por Hartung, que nos impede de entrar na rota do crescimento.

“Precisamos da política como ferramenta da transformação. Precisamos nos concentrar na vacinação, no emprego e na renda, e não no debate político”, afirmou ao falar sobre 2022. Segundo Hartung, a política tem o seu tempo e não adianta colocar ‘os carros na frente dos bois’, porque o ambiente de 2022 não está formado.

E, argumentou que o MDB tem uma história marcante no país, mas precisa fazer um esforço de recrutar jovens para participarem da política. “Temos déficit de lideranças. Eles precisam entender que a política é a ferramenta transformadora; que o ser humano quando descobriu a política se tornou mais humano, que a política é que tira a sociedade de um processo paralisante e consegue energizar para uma ação que modernize o país, criando oportunidades”.

E, ao finalizar, fez uma comparação entre as máquinas, os homens e a boa liderança. “As máquinas são maravilhosas, mas não nos substitui. Nós precisamos de gente, de gente qualificada com a barra da ética colocada no devido lugar, com conhecimento técnico da sensibilidade humana e da política. Esse casamento formarão as boas lideranças.”

Você pode acessar a íntegra da palestra em: https://youtu.be/9zJschk3Xig

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Thatiana Souza

Assessoria de Comunicação FUG Nacional