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Emedebistas no enfrentamento à violência contra mulher

15/08/2019

      As políticas de atendimento às mulheres vítimas de violência e feminicídio, bem como as eventuais falhas do Poder Público para com essas mulheres estiveram em debate no evento Mulher Política e Cidadania do MDB na tarde desta quinta-feira. A promotora de Justiça no Estado de São Paulo, Gabriela Manssur, e a secretária da Mulher no Governo do Distrito Federal, Ericka Filippelli apresentaram dados sobre essa problemática.

A exposição ainda contou com a presença da presidente do MDB Nacional, Fátima Pelaes, e as contribuições da Deputada Tetê Bezerra (MT), da advogada e filiada do MDB, Marcela Passamani e da Subsecretária de Políticas para a Mulher da Prefeitura de Mato Grosso do Sul, Carla Stephanini.

Ericka Filippelli apresentou uma recente campanha do GDF que aborda a necessidade de solidariedade e responsabilidade social, já que não é só a mulher que sofre violência que pode e deve denunciar, mas todo cidadão que identifique essa situação.

“Verificando as pesquisas no DF, constatamos que das mulheres vítimas de feminicídio, mais de 70% não procuraram o Poder Público”, revelou a secretária afirmando que a maioria desses casos acontece em ambiente privado, o que fez o governo do DF gerido pelo MDB, voltar a atenção para as mulheres desempregadas, ou que apenas estudam ou são do lar e estariam mais sujeitas à violência. “Precisamos dar atenção às mulheres que não tem autonomia econômica e precisamos mudar a maneira de acolhê-las”.

A preocupação do DF com o tema foi o motor para o desenho de políticas que buscam não apenas o atendimento psicológico, mas oferecer capacitação para mulheres vítimas de violência e cursos que fomentem a autonomia da mulher. Parcerias com o Banco de Brasília e outros órgãos e empresas, inclusive com Sistema S, estão oferecendo oportunidades paras as mulheres que são atendidas pela Secretaria da Mulher. “Criamos um tipo de atendimento em que há diferentes possibilidades para essas vítimas”.

Para a Deputada Tetê Bezerra a violência contra a mulher repercute em toda família e, muitas vezes, os filhos acabam naturalizando a violência e futuramente acabam sofrendo com ela ou reproduzindo.

      Sem medo do machismo – A promotora Gabriela Manssur agradeceu a oportunidade falar para as emedebistas que como lideranças têm papel fundamental para o fortalecimento feminino. Fazendo questão de salientar que, ao contrário do que o senso comum afirma, as mulheres não são desunidas, mas força motriz para a mudança e crescimento de outras mulheres, a promotora disse que um dos grandes desafios quando se fala de feminicídio é entender e superar o obstáculos que impediram as vítimas de feminicídio de acessar o sistema de justiça. “Onde nós falhamos a ponto de não conseguir atender a essa mulher? Será que nós estamos de fato apoiando aquela mulher ou culpabilizando pela situação de violência?”

Um dos caminhos para responder essa questão perpassa pela fiscalização das medidas protetivas, que seriam o suprassumo da Lei Maria da Penha. Para ela, nos últimos anos aconteceram conquistas importantes para as mulheres, mas as notificações também apontam para o crescimento no número de denúncias de violência e casos de feminicídio.

“O machismo não aceita essa conquista das mulheres e muitas vezes a forma como ele se manifesta é de forma violenta e contra isso tem lei e é esse o papel da justiça. E é por isso que eu atuo na promotoria e vocês como gestoras também têm uma missão”.

A advogada e filiada do MDB, Marcela Passamani, lembrou os avanços legais nesse sentido e alertou para a necessidade de união entre todas aquelas que lutam pelo combate à violência contra a mulher e o feminicídio. “Ainda tem homem acha que pode definir o que devemos fazer ou pensar. O lugar da mulher é onde ela quiser. Precisamos ter consciência do nosso papel, para poder ajudar e atuar. Juntas fazemos a diferença, sozinhas não temos força para mudarmos nada”, disse.

Ainda sobre o tema, a Subsecretária de Políticas para a Mulher da Prefeitura de Campo Grande, Carla Stephanini, o combate à violência passa pela reflexão sobre o empoderamento das mulheres e a autonomia de cada uma. Carla fez um convite às mulheres presentes para conhecer a Casa da Mulher Brasileira de Campo Grande. “Gostaria que vocês conheçam um equipamento público que mostra que é possível criar um espaço capaz de proteger as mulheres. A Casa da Mulher Brasileira funciona há cinco anos e oferece atendimento psicossocial, alojamento de passagem e brinquedoteca. É um projeto pioneiro no País, e fornece atendimento humanizado às mulheres em situação de violência”.

ASCOM FUG Nacional e MDB Mulher