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Evolução da comunicação foi destaque da primeira palestra do Conexões Mídias Sociais

20/11/2013

Brasília (DF) – A importância comunicação digital e a gestão do conteúdo para as lideranças políticas foram destacadas pelo jornalista Alvaro Franco na abertura do Conexão -Mídias Sociais, que acontece neste momento no auditório da Câmara Legislativa do Distrito Federal. O evento promovido pela Fundação Ulysses Guimarães Nacional, presidida pelo deputado Eliseu Padilha (RS), reúne ao longo do dia especialistas que deverão discutir novas formas de comunicação e melhorias na interação entre as instituições partidárias e a militância.

Na primeira parte do evento os participantes puderam ouvir a palestra do jornalista Marcos Martinelli, que tem experiência em comunicação política e partidária. Com o título A Comunicação na Política, Martinelli fez uma retrospectiva histórica, desde a Era do rádio, passando pela popularização de comícios de rua, a entrada na televisão no processo eleitoral e evolução dos meios de comunicação com a chegada da internet e dos smartphone. “Hoje cada vez menos as pessoas estão dispostas de sair de casa para ir participar de comícios, que também foram dificultados com as novas legislações. A interação com o eleitor está mudando, com mudou a forma como as pessoas estão buscando informação. O eleitor não é apenas receptivo, ele quer participar. As pessoas vêm conversando pelas redes sociais e os políticos tradicionais que não consegue se comunicar com esse público vão perder espaço”, ressaltou.

Para exemplificar a mudança no processo eleitoral e o aumento da participação política nas redes sociais, Martinelli apresentou um resumo das inovações trazidas pela campanha à presidência dos Estados Unidos, pelo então candidato Barack Obama. De acordo com o palestrante, o sucesso da campanha ocorreu principalmente pelo trabalho de base política feita pelos democratas muito antes do início das disputas. “O partido Democrata americano investiu muito no Grassroots, que nada mais era do que a preparação da estrutura de base nos bairros com a valorização das pequenas lideranças. Os democratas tinham muito menos recursos do os republicanos, que tinha o poder e uma infinidade de recursos”, afirmou.

Ainda na experiência americana, Martinelli destacou que o estímulo dado ao surgimento de novas lideranças, a utilização de novas ferramentas na campanha como internet e redes sociais, o uso de mensagens claras e consistentes fez com que a população passasse a ver o Partido Democrata como uma solução. “Neste caso específico ficou claro que a palavra confiança deve ser conjugada com o uso de redes sociais. No Brasil, temos dificuldades de formar as pequenas lideranças e permitir que elas cresçam. Os democratas fizeram isso. O grande mérito do Obama foi conseguir fazer os apoiadores. Essa aglutinação de pessoas é o que a Fundação Ulysses vem fazendo nas bases”, declarou.

Para Martinelli, a participação política nas redes sociais não pode ser feita por estranhos, ou seja, não é a rede social que deve dizer o que população deve ou não fazer. “É fundamental que se procure os seguidores, escutando-os atentamente, incorpore-os às discussões, estimulando a participar. Além disso, é preciso que se empodere os seguidores, tornando-os multiplicadores”, disse.

Os dados mostrados pelo palestrante revelam o impacto das estratégias adotadas pela equipe do Obama. Somente no portal oficial de campanha (mybarackobama.com) foram criados mais de 2 milhões de perfis,. O uso das ferramentas da internet, além de criar um clima positivo na campanha, renderam 3 milhões de doadores online. “A campanha de Obama focou no indivíduo e usou redes sociais de forma efetiva para alcançar grande público e foram dezenas de redes utilizadas. No You Tube, Obama teve 905% visualização a mais que o outro candidato McCain”, enfatizou.

A equipe de Obama, segundo Martinelli, não foram atrás da agenda dos veículos de comunicação eles criaram a própria agenda. “O portal deles ajudou a construir causas, como a da saúde. As pessoas tiravam fotos segurando cartazes com suas causas que eram veiculadas no portal do Obama. É uma maneira carinhosa que o Partido tem de dizer que se importa e respeita o eleitor”, lembrou.

Na avaliação de Martinelli, o PMDB precisa resgatar as bases e definir as bandeiras do século XXI. “O povo quer uma vida melhor. Então é necessário entender o momento e perceber qual a mensagem, qual o meio de veiculação desta mensagem. Acabou a ditadura dos meios de comunicação. Mas com as redes sociais é preciso entender a linguagem, a agenda. Cada um precisa de um atendimento individualizado. Temos que setorizar a comunicação”, defendeu.