Michel Temer e José Sarney participam de debate sobre democracia

Por acreditar no diálogo, no entendimento e na necessidade de uma ampla união de forças democráticas, capazes de sustentar um programa de mudanças, que os partidos – MDB, PSDB, DEM, e CIDADANIA – e as suas fundações/institutos – Fundação Ulysses Guimarães, Instituto Teotônio Vilela, Instituto Liberdade e Cidade, Fundação Astrojildo Pereira, organizaram um ciclo de debates “Um Novo Rumo para o Brasil”, com a finalidade de debater e construir pensamentos que levam a promoção do reencontro do país consigo mesmo.

Desde o dia 15, especialistas das mais diversas áreas debatem temas relevantes para colocar o Brasil em movimento e retomar o crescimento. O primeiro encontro “Crise Institucional e a Democracia” contou com o debate entre os ex-presidentes da República, Michel Temer, Fernando Henrique Cardoso e José Sarney, e como expositor o ex-ministro do STF, Nelson Jobim. A mesa foi coordenada pelo presidente da Conselho Curador da FUG, Moreira Franco e também contou com a participação dos presidentes dos quatro partidos organizadores do evento.

Ao iniciar sua exposição, o também mdebista Nelson Jobim, afirmou que “ neste momento, o que assistimos no Brasil hoje é uma disfuncionalidade entre os três poderes”. E elencou as disfuncionalidades de cada poder.

“Se querem chamar de crise todas essas disfuncionalidades, gostaria de lembrar que precisamos oferecer soluções , aos fatos tal como se deram. E não às palavras que podemos utilizar. Gostaria que nosso debate partisse deste primeiro pressuposto: vamos procurar a verdade da situação nacional nos fatos e não em palavras”, disse.

O ex-presidente Michel Temer recordou que “só dá autoridade quem tem poder. E quem tem poder, na nossa Constituição, é o povo. Então, a autoridade primeira, primária, é o povo, enquanto as outras são secundárias, constituídas”.

E, ressaltou que “a pacificação interna é importantíssima. Não porque queremos, mas porque a Constituição assim determina”. “Apesar de aparentemente termos crises e mais crises nos mais variados momentos, basta que nós hajamos no sentido de pacificar o país e fazer o relacionamento adequado entre os poderes.  Dar ao povo a visão de que todos nós estamos trabalhando pela paz interna do nosso país, sem embargo de divergências programáticas, administrativas e até ideológicas”, finalizou.

O ex-presidente José Sarney observou que “duas coisas que caracterizam o atual momento político brasileiro e que nos fez chegar às dificuldades presentes. Aprendi que o coração da democracia está no parlamento, casas do povo. Mas Jobim lembrou que judicializaram a política e politizaram a justiça. Isso desvirtuou a política”.

O presidente nacional do MDB, deputado Baleia Rossi, disse que “nós do MDB somos independentes, mas colaborativos com as pautas do Brasil. Precisamos pensar no futuro, nas próximas gerações e enfrentar os problemas reais como o desemprego que chega a quase 15 milhões de brasileiros e a inflação altíssima, que tira da população brasileira a capacidade suprir suas necessidades mais básicas”.

O presidente do Conselho Curador, Moreira Franco, disse que o Seminário, além de iniciar as comemorações pelo Bicentenário da Independência, abre a perspectiva de discutir um novo rumo para o Brasil, no qual, além do desenvolvimento econômico e social, “é preciso criar um ambiente pacificado pelo diálogo e pelo respeito à opinião para que as nossas instituições democráticas, o estado de direito e as liberdades individuais sejam preservadas”.

Ao finalizar sua participação, o ministro Jobim lembrou que “há uma nova variável desde 2018: o ódio. E temos que descobrir como lidar com ele”. E elencou que, “outro grande problema que impede a construção do consenso na atividade política são as convicções. O sujeito convicto é um desastre, porque ele não renuncia a nada”.

“Nós todos temos um compromisso com o futuro, inclusive os outros, nossos adversários. Há divergências na forma de como alcançar os objetivos. Mas elas são resolvidas pela política. E hoje a luta política está sendo fratricida”, finalizou Jobim.

Você pode acompanhar os debates pelo site https://seminarionovorumo.com.br/. Ou pelo canal do YouTube (Clique aqui).

Thatiana Souza – Assessoria de Comunicação FUG Nacional