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NOTA OFICIAL: Novo Ensino Médio
05/04/2023NOTA OFICIAL
Diante do grande debate nacional que se instalou em torno da reforma do Ensino Médio e da sua possível revogação, o Movimento Democrático Brasileiro (MDB) e a Fundação Ulysses Guimarães
(FUG) se posicionam nos seguintes termos:
1. O Novo Ensino Médio proposto ao país é um avanço. Ele aponta para o aumento da carga horária dos estudantes e para a diversificação das suas formações. No primeiro caso, o ganho é óbvio, uma maior exposição ao conhecimento. No segundo, cria-se a possibilidade de o jovem escolher o itinerário formativo que esteja em sintonia com seus interesses e suas vocações. Essa é a lógica adotada nos sistemas educacionais mais avançados do mundo, em contraste com o antigo e anacrônico Ensino Médio brasileiro, enciclopédico, raso, e, segundo atestado por pesquisas, absolutamente desinteressante para a esmagadora maioria dos estudantes.
2. Apesar dos avanços que a proposta representa, ela permaneceu quatro anos parada no governo anterior, sem nenhuma ação do Ministério da Educação, embora seja sua função coordenar as
políticas educacionais nacionais. Como se sabe, grandes mudanças educacionais têm um grau de complexidade que exigem esforço coletivo e, sobretudo, coordenado.
3. A ideia da revogação do Novo Ensino Médio é inaceitável. Ela é defendida apenas por alguns que se sustentam em palavras de ordem, na busca pelas velhas e estéreis batalhas ideológicas que nada constroem. Esse debate é de grande importância para o futuro do país e exige seriedade na discussão do seu conteúdo e do seu mérito e é importante frisar que é impossível avaliar de forma técnica uma política dessa magnitude após apenas um ano decorrido de sua implementação. Revogar o novo ensino médio, significa retornar um modelo que teve resultados estagnados por décadas em que apenas 10% dos estudantes tinham aprendizado adequado ao final da 3ª série.
4. Os que defendem a sua revogação têm utilizado de desinformação para influenciar o debate público em torno do tema. Pegam exemplos pontuais e rasos para tornar a regra do que tem sido
feito na implementação. Ajustes precisam, de fato, serem feitos no processo de implementação, mas a sociedade precisa compreender que os itinerários formativos são a possibilidade de o estudante aprofundar conhecimento nas disciplinas de maior interesse e mais alinhadas a seu projeto de vida e os exames vestibulares já estão em processo de adaptação a essa nova realidade.
5. O ministro Camilo Santana tem o nosso apoio na iniciativa de retomar a discussão do tema. Mudanças educacionais exigem a capacidade de diálogo já demonstrada pelo ministro ao longo da
sua vida pública. E é com a esperança de que essa ideia seja aprimorada que nos colocamos à disposição para um debate construtivo e saudável.
Executiva Nacional do MDB
Diretoria Administrativa da FUG