Notícias

Geral

O novo-desenvolvimentismo por Fernando Ferrari Filho

13/04/2011

Elucidar uma política macroeconômica alternativa que visa dar sustentabilidade ao crescimento com inclusão social e distribuição de renda no Brasil, denominada "novo-desenvolvimentismo", foi o objetivo do economista Fernando Ferrari Filho na última terça-feira, 12, durante palestra na sede da Fundação Ulysses Guimarães/RS.

O oferecimento da discussão faz parte do Plano de Ações da Fundação Ulysses Guimarães para 2011, baseado em 4 pilares: Rumo aos Municípios 2012: Estradas e Bandeiras (série de eventos estaduais), Programa de Governo Municipalista (documento norteador aos municípios), Programa de Formação Política (com mais de 200 mil alunos em todo o país) e os seminários e palestras.

Ferrari Filho apresentou e analisou alguns indicadores econômicos, que estão disponibilizados na biblioteca do EAD/FUG aos interessados, para mostrar que a política macroeconômica implementada no Brasil desde 1999, alicerçada no tripé metas para a inflação, câmbio flexível e metas de superávit fiscal, não é tão exitosa como se costuma mencionar. "Entre 1999 e 2002, tivemos um crescimento médio de 2,1% ao ano, uma inflação média de 8,7% ao ano e problemas de vulnerabilidade externa e volatilidade cambial. De 2003 a 2006, o crescimento foi à la stop-and-go, apresentando uma média anual de 3,5%, a inflação média foi de 6,4% ao ano e tivemos superávits no balanço de pagamentos em transações correntes (BPTC) e apreciação cambial. Entre 2007 e 2010, tivemos um crescimento médio de 4,5% ao ano, a despeito da recessão de 2009, – 0,6%, a inflação média foi de 5,1% ao ano e voltamos a apresentar problemas de desequilíbrio externo e apreciação cambial", registrou.

O novo-desenvolvimentismo, segundo o economista, surge opondo-se à Agenda Liberal alicerçada nos princípios do Consenso de Washington, e visa apresentar um Projeto Político-Econômico de Desenvolvimento em que se tenha uma complementaridade entre Estado e mercado, uma relação entre as esferas pública e privada, uma articulação entre as dinâmicas nacional e internacional e uma transformação produtiva com equidade social.

"Em um contexto de globalização financeira, as economias emergentes têm que articular uma estratégia nacional de desenvolvimento que compatibilize crescimento econômico sustentável com inclusão social, estabilização de preços e equilíbrios fiscal e externo", salientou.

Em termos práticos, Ferrari Filho destaca que o novo-desenvolvimentismo propõe, por um lado, um Estado forte nos planos político, regulatório, financeiro e indutor de demanda efetiva e, por outro lado, que a política macroeconômica preocupe-se não somente com a estabilidade dos preços, mas, também, com o crescimento econômico, a distribuição da renda e os equilíbrios fiscal e de balanço de pagamentos.

Estiveram presentes, o presidente e o vice da FUG/Filial, Eduardo Krause e Pedro Bisch Neto, respectivamente, o coordenador da Bancada do PMDB na AL, Caio Rocha, o vereador Sebastião Melo, o secretário-geral do PMDB/RS, prefeito João Alberto Machado, e os diretores da FUG, Cláudia Costa, Dilan Camargo, Ione Osório, Jorge Dariano Gavronski, Jorge Grecellé e Quitéria Franco.

A gravação de toda a palestra estará disponível no site do Programa de Formação Política EAD/FUG a partir da próxima semana.