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Os Direitos Sociais – Uma Ponte para o Futuro
10/11/2015Os Diretos Sociais
A Constituição de 1988 teve a sabedoria de amalgamar os princípios liberais com os princípios sociais.
A primeira fase da democracia brasileira após a Constituição foi o desfrute dos direitos do estado liberal. Liberdade de imprensa, expressão, manifestação de reunião foram saudados e utilizados com grande entusiasmo cívico já que saíamos de um estado autoritário e centralizador. É a democracia liberal.
Depois veio o desfrute dos direitos sociais. Bolsa Família, Minha Casa Minha Vida derivam dos preceitos constitucionais garantidores do direito à alimentação e moradia. É a democracia social.
A soma e aplicação desses dois princípios fez nascer uma nova classe média derivada daqueles que ascenderam socialmente.
Esses novos participantes da cidadania, quase 40 milhões, ao lado daqueles que já se encontravam na classe média passaram a exigir a terceira fase da democracia: a democracia da eficiência.
Todos passaram a exigir eficiência nos serviços públicos e privados, ética na política e oportunidades para todos aqueles que ocuparam essas novas posições.
A liberdade ao lado dos direitos sociais é princípio fundamental para a construção de uma sociedade justa, igualitária e plural.
O Brasil lutou por tudo isso em diversos momentos ao longo de sua história. Na luta pela redemocratização, o MDB foi fator determinante, aglutinador de ideias, coragem e esperanças. Deu voz e forma aos protestos, aos posicionamentos políticos e à construção do caminho que levou à vitória da liberdade e da democracia. Essa marca está no DNA do PMDB. Precisa ser ativada
nestes novos tempos. Mais do que nunca, o PMDB precisa voltar à sua veia histórica, à sua alma, ao seu compromisso com o povo brasileiro.
Essa democracia precisa ser fortalecida e alimentada. Novos canais se formaram ao longo do tempo. Novas formas de manifestação, novas cobranças, mais cidadania, tudo isso traz em seu bojo um novo desafio. Ampliar a participação popular na construção de uma identidade e de uma ação política representativa e eficaz, na qual o cidadão se veja representado é postulado do PMDB. O cidadão deve sentir-se incluído, participante, para fazer a diferença e ter igualdade de oportunidades para falar e ser ouvido.
Todos nascemos pessoas diferentes, com as aptidões, as virtudes e os defeitos que dão ao indivíduo a sua singularidade. Embora uns nasçam ricos, e outros, pobres, o que define em muitas situações o futuro de cada um são as oportunidades.
Dar igualdade de oportunidades, a fim de que cada um possa desenvolver o seu potencial é o elemento fundamental para possibilitar um futuro melhor. Esta é a luta incessante do nosso partido. Melhorar a vida das pessoas, levantar as bandeiras de luta que farão a diferença na vida de milhões de brasileiros e brasileiras.
No novo programa, que construiremos, conjuntamente, por todo o Brasil, para marcar os 50 anos do PMDB, mais do que nunca teremos que fazer a diferença para melhorar a qualidade de vida da nossa população.
O Brasil de hoje tem muitos desafios a enfrentar. O primeiro deles é oferecer uma educação transformadora, engajada na formação de cidadãos conscientes e aptos para viver neste novo mundo, competitivo, tecnológico, onde a produtividade terá que ser buscada a cada gesto. Para viver num mundo em que a escola não seja vista como uma repartição pública, mas, sim, como bem público, bem de todos, patrimônio da sociedade, elemento de transformação e construção. Com a participação da família, com mais tempo de aula, com tecnologia, formando pessoas e incluindo-as na sociedade como trabalhadores capacitados, quer no ensino profissionalizante, quer no universitário.
Todos devem ter o direito à ampla participação na vida pública e privada.
Espera-se, nesse caso, que a melhora da qualidade de vida tome ares do que Amartya Sem chama de “desenvolvimento como liberdade”. Que o desenvolvimento da sociedade seja medido pelo grau de liberdade de que desfrutam as pessoas para determinar os seus próprios caminhos, sem que, para tanto, ocorra a interferência de outros atores, entre eles o Estado.
Isso traz muitas implicações. Exige, por exemplo, que se vença o desafio colossal de prestar os serviços necessários de saúde, fazendo-o com dignidade e respeito pelas pessoas. Implica ampliar e universalizar o atendimento de qualidade na rede pública, sem que, entretanto, seja ignorado o papel que empresas, sindicatos, entidades religiosas e associações de cunho assistencial podem desempenhar nesse contexto. Também contribuindo para ampliar o atendimento e aliviar a pressão exercida sobre a rede pública.
A atenção à prevenção é outro caminho fundamental para o enfrentamento do desafio. O saneamento e a qualidade da água, do ar e da alimentação, além de um modo mais saudável, diminuirão o índice de doenças e trarão melhoras nas condições de vida da população. O país precisa ofertar acompanhamento da saúde do ser humano da gestação ao final de sua vida.
O meio ambiente é também fator determinante para a elevação do padrão de vida. A relação sustentável entre a atividade humana, quer de cunho econômico, quer de caráter social, e o meio ambiente contribui para a definição do futuro.
Especial ênfase deve ser dada à gestão dos impactos causados pelo crescimento populacional, pela expansão das atividades industriais e agropecuárias, pela urbanização e pela exploração e extração de recursos naturais. As fontes de energia limpa, como a eólica e a solar, também devem merecer atenção por parte dos gestores públicos e privados.
Um país como o Brasil, com sua diversidade e o seu potencial, tem que promover a produção de conhecimento em ecologia, recursos naturais e preservação ambiental.
Garantia da empregabilidade é outra bandeira do PMDB, com condições dignas no trabalho. O crescimento econômico é fundamental para reverter o nível de desemprego, além de garantir novas atividades que empregarão os desempregados de hoje, assim como os jovens de amanhã. Quando preconiza uma posição econômica vigorosa e focada no equilíbrio fiscal, nos investimentos, na livre iniciativa, na concorrência e na liberdade do mercado, o PMDB está falando que quer gerar empregos, garantias sociais e uma evolução na qualidade de vida das famílias brasileiras. Esse é o desafio, ter estabilidade para crescer e, por meio de ganhos de produtividade e do imenso potencial que tem o nosso país, dobrar a renda per capita brasileira.
Enquanto trilha esse caminho nada fácil, é fundamental melhorar os programas sociais, qualificando-os e fazendo-os instrumento de promoção do desenvolvimento e da ascensão social. Todos devem ser tratados com dignidade e respeito. Ser acolhidos e amparados, sem fazê-los desistir de sonhar com dias melhores. Precisamos construir uma sociedade mais moderna e justa. Que defenda as minorias e que enfrente a violência contra a mulher, os idosos e as crianças. Que seja livre de discriminação racial, social, religiosa ou de gênero. Que seja inclusiva dos deficientes. Que dê a cada ser humano o direito de ter o seu mérito reconhecido e premiado.
Precisamos enfrentar o desafio imenso da segurança pública, do combate ao narcotráfico. Esta é uma obrigação do Estado que, hoje, não é cumprida a contento. Da fragilidade de nossas fronteiras ao dia-a-dia de cada cidadão, está estampada a necessidade de mudanças rápidas e determinadas. O direito à vida, à liberdade de andar nas ruas, a viver sem restrições, precisa ser resgatado no nosso país. O respeito às leis, ao direito de propriedade e à Justiça ágil são um imperativo mais determinante para definir um padrão de vida com estabilidade social.
Está aí um grande país para ser construído. Enfrentar o desafio das cidades desordenadas e do campo desestruturado, recuperar áreas degradadas, ter bairros dignos, ampliar a oportunidade de casa própria. Implantar uma logística que possibilite o direito de ir e vir, com mobilidade urbana e comodidade. São múltiplos os desafios. Na comunicação e no mundo digital da internet, na
cultura que precisa chegar a todos. Também nos caminhos que levam à produção e à necessidade de uma logística moderna e barata, que dê competitividade ao que é produzido aqui.
Tudo isso, e muito mais, se define na política. Por isso, defendemos o fortalecimento da nossa República Federativa, no plano concreto. Uma Federação em que os Estados, assim como os Municípios, tenham um papel mais determinante na atuação pública e não fiquem dependentes do poder central, o que exige uma revisão do pacto federativo.
O PMDB tem muitas propostas e uma certeza. O Brasil é maior do que qualquer crise e do que qualquer governo. É um país feito de gente trabalhadora e cheia de esperança. É a esse Brasil que não podemos faltar. Que possamos construir essa ponte para o futuro. Com esperança, coragem e determinação dos nossos 50 anos de história.