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PMDB relembra os 50 anos do Golpe Militar

02/04/2014

Brasília (DF) – O resgate da memória deste momento é fundamental para a
construção de um futuro de liberdade e democracia, uma época da história
que culminou com o período da Redemocratização do Brasil. As
manifestações populares tomaram as ruas do país e nossos líderes lutaram
pela liberdade de expressão e pela abertura da democracia.

E o PMDB? Sempre esteve ao lado da sociedade, que
fora calada nos anos de chumbo da ditadura, e sempre lutou para que a
liberdade, a democracia e a justiça fossem restabelecidas no Brasil. “A
persistência da Constituição é a sobrevivência da democracia. Quando,
após tantos anos de lutas e sacrifícios, promulgamos o estatuto do
homem, da liberdade e da democracia, bradamos por imposição de sua
honra: temos ódio à ditadura. Ódio e nojo. Amaldiçoamos a tirania onde
quer que ela desgrace homens e nações, principalmente na América
Latina”, afirmou Ulysses Guimarães, ao promulgar a Constituição, em 1988, quando se inicia um novo ciclo no país.

Homenagens – O Congresso tem realizado diversas
atividades para lembrar os 50 anos do golpe. O Senado inaugurou, no dia
20 de março, uma exposição que tem como objetivo honrar a memória e
resgatar a história nacional. O título da exposição é “Onde a Esperança
se Refugiou”.

Na abertura da exposição, o presidente do Senado, Renan Calheiros (AL),
afirmou que “o Brasil ainda não conseguiu fazer inteira justiça às
vítimas daquele período histórico. Foram muitas as famílias atingidas,
muitos homens e mulheres cujos rostos podem ser vistos na exposição. Que
sofreram na pele o ônus de uma repressão política que tinha como
intuito limitar o mais básico direito da cidadania, que é o direito de
manifestar a opinião”.

Nesta segunda-feira, foi realizada, também no Senado, sessão solene em memória do Golpe de 64. O senador Pedro Simon (RS)
lembrou o regime de exceção pelo qual o país passou durante 21 anos:
“Eu acho que nunca o Brasil teve tanta gente junto, na mesma causa. As
igrejas, todas elas, invocando o santo nome de Deus, invocando a família
e a democracia; a grande imprensa, na mais brutal campanha, de todos os
jeitos e de todas as formas. Um massacre, quando o Brasil viveu uma
triste história. (…) E a resistência foi heroica. Sim, temos de
homenagear, elogiar e dar o merecimento aos homens, às gerações que
foram cassadas, às gerações que morreram, que foram torturadas e que
desapareceram; às lutas as mais variadas, das fórmulas mais diferentes,
para resistir; e o mérito à capacidade do povo brasileiro”.

O senador Jarbas Vasconcelos (PE)
lembrou o papel do MDB na resistência contra a ditadura. “Como não fiz
opção pela luta armada, a opção era combater a ditadura dentro de alguma
coisa que naquele momento representava as forças oposicionistas, que
era o MDB”, afirmou o senador.

Para o senador Casildo Maldaner (SC), “não era
fácil fazer política, tinha que ter coragem. Para organizar o partido
tinha que se buscar pessoa por pessoa. A luta na época era para se
buscar o direito de se votar para governador, para presidente da
República. A pergunta era: por que não votar?”.

O senador Luiz Henrique (SC), líder estudantil
em Santa Catarina no momento do golpe, destacou que a resistência foi
difícil. “Nós sabíamos que podíamos ser presos, exilados, mortos na
solidão da masmorra, mas a vontade de ver o país democrático novamente,
livre novamente, era maior do que qualquer ameaça e de que qualquer
temor”, disse.

“A ditadura militar foi uma página negra da história
do país, matou sonhos de centenas de brasileiros, mas não impediu os
homens e mulheres de boa vontade de continuarem lutando pela construção
de uma sociedade mais justa e igualitária. A imagem do tanque nas ruas e
do Exército impondo medo aos brasileiros ainda está viva na memória do
senador”, ressaltou o senador Vital do Rêgo (PB).

Em sessão solene na Câmara dos Deputados nesta terça-feira (1), o presidente da Casa, Henrique Eduardo Alves (RN),
assinou o ato da Mesa Diretora que proclama 2014 como o Ano da
Democracia, da Memória e do Direito à Verdade. “A Câmara dos Deputados,
nunca devemos esquecer, é a instituição brasileira que mais
completamente representa o ideal de uma sociedade apta a definir seus
rumos, com base em debates democráticos entre os representantes de todos
os setores sociais relevantes, dentro do marco do Estado de direito”,
disse. O presidente lembrou que “de 1964 a 1977, 173 mandatários eleitos
do povo foram autoritariamente expurgados da Câmara dos Deputados. E,
com eles, foram indiretamente expulsos da esfera política os eleitores
que neles votaram”.

O deputado Mauro Benevides (CE), em discurso
na sessão solene, ressaltou o papel dos movimentos populares que durante
o regime militar lutaram contra a ditadura. “Gradualmente, a
insatisfação das correntes de pensamento ensejava a articulação das
forças vivas da sociedade em busca das liberdades públicas por meio de
concentrações monumentais, como em Curitiba, na Candelária, no Rio de
Janeiro, e no comício do Vale do Anhangabaú, que reuniu mais de 1 milhão
de pessoas”, afirmou.